Como saber que a aplicação de uma melhoria foi efetiva?   

1 de fevereiro de 2023

Sabemos que o ambiente de mina é extremamente dinâmico, com inúmeras variáveis, influenciadas pelas condições operacionais, capacidade da frota e proficiência dos operadores, além de situações como intempéries climáticas e falhas que afetam a rotina de operação. Em virtude disso, diversos planos de melhoria são implementados nas dinâmicas operacionais, o que torna imprescindível entender como a aplicação daquela melhoria foi realmente efetiva. 

Quer conferir um exemplo prático sobre como verificamos que a aplicação de uma melhoria foi efetiva em uma operação? Acompanhe este conteúdo! 

Uma operação sofre com baixos valores de utilização física dos equipamentos pertencentes à frota de transportes. Ao se aprofundar nos dados, verificou-se o principal motivo para a baixa utilização: equipamentos ociosos por falta de operadores. A solução definida para esta situação baseia-se na contratação de novos operadores. Além de implantar a melhoria, é necessário definir os objetivos esperados, bem como formas de acompanhar a evolução e resultados das ações.

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS PELO INDICADOR

Nos meses posteriores à contratação de novos operadores, foram executadas avaliações nos resultados obtidos pelo indicador. No primeiro mês, os resultados macro do indicador de utilização física não apresentaram melhoria considerável. Ao realizar uma investigação mais detalhada, foi observado que o tempo perdido por falta de operadores foi de fato reduzido. Porém, o indicador de utilização física foi penalizado pelo aumento de outras perdas operacionais, como a troca de turno. 

VERIFICANDO A CORRELAÇÃO DA MELHORIA IMPLANTADA COM O INDICADOR

Os resultados obtidos no primeiro mês nos permitiram constatar que a logística da mineradora ainda não estava adaptada ao novo número de operadores, gerando gargalos principalmente na portaria da mina e transporte dos operadores até os equipamentos. Nos meses seguintes, após resolvida a logística dos operadores, os resultados atingidos foram satisfatórios, sendo verificado aumento na utilização física. Entretanto, é necessário reconhecer se os valores se devem de fato a melhoria implantada. Para isso foram realizadas avaliações individuais que correlacionam cada um dos códigos de parada operacional com o indicador de utilização física.

A correlação foi feita por meio do coeficiente de determinação, R², que é uma medida prática e intuitiva de quão bem o modelo se ajusta a um conjunto de observações e permite mensurar a relação entre as variáveis, procurando entender como uma variável se comporta em um cenário onde outra está variando.

CÁLCULO DO COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO R²

Seu cálculo pode ser feito manualmente por meio do quadrado do coeficiente de correlação (r), através da formula abaixo:   

Onde:
n = número de dados fornecidos;
x = variável independente (Neste caso, os valores do indicador Utilização Física);
y = variável dependente (Neste caso, os valores da variável Falta de Operador).

No Excel, este método estatístico pode ser facilmente adicionado a um gráfico de dispersão que permite uma melhor visualização sobre o comportamento das variáveis.


Para isso é necessário inicialmente, adicionar uma linha de tendência ao seu gráfico de dispersão:

Após isso, selecionar exibir valor de R-Quadrado no gráfico:

Valores obtidos de R² próximos a 1 representam uma boa correlação. Dessa forma, ao correlacionar os valores do indicador com a melhoria, observou-se que uma redução clara da perda por falta de operador e seu impacto direto no aumento da utilização física.

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