Em uma mina, os processos de carregamento e transporte são semelhantes ao espetáculo de uma orquestra. Devido ao grande número de equipamentos utilizados nessas etapas da produção mineral, é necessário um maestro capaz de acompanhar e direcionar essa frota para o aproveitamento mais harmônico e produtivo. Assim, na operação de uma mina, independentemente do seu porte, é essencial o gerenciamento eficaz deste parque de equipamentos. Mas qual é o fundamento de uma gestão de frota eficaz?
Segundo Peter Drucker, o pai da administração moderna, para uma gestão eficaz da frota em empreendimentos mineiros, é essencial investir sem racionar, especialmente financeiramente. Isso permite confiar em sistemas de gestão de equipamentos como o Mining Control, da Fast2Mine, que aumentam a produtividade, eficiência e reduzem custos operacionais na sua mina.
A COORDENAÇÃO NA MINERAÇÃO:
Na mineração, a coordenação entre equipamentos é crucial para a produção. Em determinadas minas a céu aberto, escavadeiras e pás carregadeiras realizam a lavra do estéril, destinando esse material para as respectivas pilhas de disposição. Além disso, essas máquinas executam o carregamento dos caminhões que movimentam o minério da frente de lavra ou pulmões para o processo de beneficiamento.
A sincronia entre os equipamentos envolvidos evita filas, ociosidade, perda de material e gastos extras, como remanejamento ou excesso de movimentações. Como o transporte representa cerca de 60% dos custos de lavra, uma gestão eficaz é vital para a redução desses custos e, consequentemente, para a sobrevivência em um mercado competitivo. Diante da participação expressiva do transporte nos custos, cada viagem de caminhão deve ser bem planejada.
OS DESAFIOS DO SISTEMA DE DESPACHO MANUAL:
Atualmente, muitas mineradoras ainda optam por gerenciar a frota por meio de um sistema de despacho manual, uma ferramenta tradicional com um aparente baixo custo de investimento. No entanto, devido à ineficiência desse processo, a economia esperada se traduz em diversas perdas que quase sempre nem são percebidas pelos gestores.
Nesse tipo de sistema, a tomada de decisão é feita pelo supervisor, as instruções são transmitidas via rádio aos operadores e as informações são registradas de forma precária em documentos chamados de partes diárias. Essa condição torna a operação mais suscetível a comunicação ineficaz, erros humanos, não identificação em tempo hábil das condições de acesso e dificuldade em rastrear a frota. Cenários que podem desencadear viagens perdidas ou mal gerenciadas.
Outro aspecto do mau gerenciamento do transporte dentro das minas é que os caminhões podem operar em um regime de “sub carga”, resultando em grandes perdas de produtividade, ou sobrecarga, trazendo problemas de quebras de equipamentos ou redução na sua vida útil. Essas circunstâncias operacionais podem ocasionar perdas na movimentação de mina e aumento dos custos da sua manutenção. Vamos conferir como isso pode acontecer na prática?
SIMULAÇÃO DE PREJUÍZO ANUAL COM VIAGENS PERDIDAS:
Vamos ver uma simulação do prejuízo anual com viagens perdidas, considerando uma mina de ferro com 10 equipamentos, com o preço do minério a US$ 110,00 e com a cotação do dólar a R$ 5,00. Acompanhe!
- Quantidade de caminhões: 10
- Consideraremos que cada um desses caminhões faça uma viagem errada/perdida por dia
- Dias de operação por mês: 30
- Peso médio dos caminhões: 30t
- Regime de trabalho: 24h por dia
- Partição do ROM de 50% e Recuperação em massa de 85% (*)
PORTANTO, A PERDA MENSAL DAS VIAGENS PERDIDAS É DADA POR:
(A) Massa movida perdida no mês = Dias de Operação x Peso Médio x Viagens perdidas
(A) = 30 dias x 30 t x 10 viagens = 9.000t
(B) Massa do produto perdida no mês = (A) x Partição ROM x Recuperação em massa
(B) = 9.000t x 50% x 85% = 3.825t
(C) Receita perdida no mês = (B) x Preço do minério x Cotação do dólar
(C) = 3.825t x 110,00 USD x 5,00 R$ = R$ 2.103.750,00
SENDO ASSIM, A PERDA ANUAL DAS VIAGENS PERDIDAS É:
(D) Receita perdida no ano = (C) x 12 meses = R$ 25.245.000,00
Conclui-se então, que a partir dos dados desta simulação, a mineradora estaria perdendo R$ 25,0 milhões por ano devido às viagens perdidas. Como os cálculos acima são uma estimativa simplificada, o prejuízo real da mineradora pode ser maior quando considerados os custos indiretos e perdas na produção. Um prejuízo e tanto, concordam?
INVESTINDO EM SISTEMAS AUTOMATIZADOS:
À vista das perdas financeiras apresentadas acima, é essencial que as mineradoras invistam em sistemas de despacho automatizados que ofereçam coleta constante de dados e resposta rápida às mudanças no cenário operacional da mina.
Frente à urgência de sistemas de despacho que auxiliem na gestão eficaz da frota de uma mina e que possibilitem o alcance dos objetivos da operação, a Fast2Mine dispõe da solução Mining Control: um sistema que realiza alocações dinâmicas, gerando mais agilidade e confiabilidade à sua operação. Além disso, nossa solução identifica anomalias operacionais e as condições das praças e pistas, garantindo uma execução mais eficiente e lucrativa. Não é à toa que o Mining Control é referência nacional no segmento e líder no ramo de mineração brasileira. Quer saber mais sobre o produto, solicite uma apresentação aqui!
Até o próximo blogpost.
(*) Partição do ROM é o percentual do material movimentado que entra no processo de beneficiamento. Recuperação em massa é o percentual do material que entra na usina/beneficiamento e vira produto.
REFERÊNCIAS:
Aferição da carga média e seu impacto em outros indicadores operacionais
Eficiência e eficácia: qual a diferença, afinal?
Vídeo: Despacho de Mina
Entenda Como é Feito o Carregamento e Transporte na Mineração
O papel vital da logística na extração de minerais